Ainda existe
Em fevereiro de 2020, eu fazia reiki no Bairro Calafate. Mas, com o advento da pandemia, por dois anos não pude fazer presencialmente. Posteriormente, quando eu já tinha confiança em voltar a ter contato com outra pessoa para ter esse momento de relaxamento e serenidade espiritual, a pessoa com quem eu fazia, não estava mais aplicando devido ao acometimento de uma artrite que a impossibilitava de ter as mãos em condições ideais para o tratamento.
Passados mais dois anos, por indicação, cheguei a uma pessoa no Bairro Ouro Preto e retomei, no ano passado, o reiki, que considero fundamental para meu cotidiano ser mais equilibrado. Faço mensalmente, o que me mantém no nível que acredito seja o ideal para o meu estilo de vida.
Mas por que estou falando disso? Neste mês, em que temos as famosas águas de março fechando o verão, eu me lembrei de minha ida ao reiki, em janeiro deste ano, dois dias antes do aniversário de 44 anos de morte de meu pai.
Estávamos, nós, belorizontinos, por aqueles dias, passando por temperaturas altas. Aliás, nada amenas, depois de muitas e típicas chuvas do período. Eu havia saído de casa naquele dia sob um sol escaldante e, me aproveitando de ter portado uma de minhas sombrinhas (sempre carrego uma no período chuvoso!), utilizei-a até chegar ao ponto de ônibus na avenida bastante movimentada, que fica alguns quarteirões abaixo de onde vivo.
Isso mesmo! Eu vou e volto de ônibus! Depois que faço o reiki, fico bem lenta e numa calmaria que dá até medo de não me reconhecer! Rs. E por que não pego um veículo de aplicativo? Porque posso ir e vir de ônibus como qualquer outro cidadão e não vejo motivo para não fazer uso de um transporte coletivo urbano, mais precisamente em um horário que não é de pico e, portanto, os ônibus não passam lotados. Ademais, hoje em dia existem aplicativos que informam os horários dos veículos quando saem do ponto final “A” em direção ao “B”. Enfim, nesse dia em questão, a sessão estava marcada para as 13:00 e eu cheguei pontualmente. Inclusive, não costumo me atrasar para meus compromissos; é raro.
Quando foi por volta de 14:00, ao finalizarmos, eu estava fazendo o PIX para pagar,
quando me dei conta de que havia trovões ribombando no bairro e parecia que ia cair uma chuva forte. Agilizei a minha saída, não sem antes receber o convite para permanecer ali até que a chuva passasse, o que recusei educadamente e, assim que o portão de pedestres se abriu e eu saí já com a sombrinha aberta, eu me dei conta de estava começando a cair granizo.
Procurei não correr, embora estivesse de tênis nesse dia, para não escorregar e cair em plena rua e sem mais viva alma por ali naquela conjuntura: chuva forte e com granizo. Além disso, na minha idade, cair significa quebrar algum osso e depois é um sofrimento interminável para a cura. Enfim, como eu estava decidida a descer a rua em direção à mais movimentada daquele bairro para alcançar o ponto do ônibus, segui bravamente o meu intento pelo primeiro trecho do quarteirão numa descida acelerada, porém contida.
Disse contida, não que fosse de minha vontade, mas porque as forças da natureza estavam com pleno vigor e se exibiam para mim: relampejava que clareava a tarde abastecida de nuvens “nimbostratus”, que a escureciam enquanto vertiam um volume considerável de chuva; trovejava parecendo que estremecia a terra; ventava de tal forma que a sombrinha se revirava mais que meus olhos assustados. Mas eu continuava a minha descida. Temia, inclusive, a queda de alguma árvore do passeio naquele frêmito da natureza. A chuva que se guardara por três dias, aproximadamente, resolvera cair de uma só vez e justo naquela região e naquele horário. Por que eu não tinha ido de carro dessa vez, eu me perguntava, mas, ao mesmo tempo, eu me sentia aliviada, pois o serviço de martelinho de ouro em decorrência dos amassados, provocados pelo impacto das pedrinhas de gelo, não é nada barato e, depois de uma reforma prolongada como enfrentei, as reservas financeiras ficam esmirradas.
Bem, seguia eu a descida, que nesse dia me parecia ainda mais longa, quando, dois quarteirões abaixo de onde eu partira, ao chegar a um cruzamento, tive que parar porque vinham veículos nas duas direções. Nesse exato momento, minha sombrinha novamente se revirava, eu pelejava para colocá-la em condições ideais de uso, quando vi um veículo prata do tipo SUV ter a janela do motorista abaixada, mesmo com o granizo zunindo nos vidros e ouvi uma voz feminina de forma incisiva me dizendo: “Entra aqui!”. Eu entendi perfeitamente e, sem titubear, pela primeira vez na minha vida, entrei correndo no carro de uma pessoa desconhecida para pegar uma carona sem nem ao menos saber para onde me levaria!
Na verdade, a mulher que eu vi diante dos meus olhos e em meio à chuva, que já me molhava quase por inteiro apesar da minha sombrinha ainda estar ali aberta em minha mão, fez eu pensar que era a filha da mulher onde eu havia acabado de fazer o reiki, e que ela, de alguma forma, viera ali para me “resgatar” do temporal. Mas não era! Tratava-se, na verdade, de uma vizinha delas, como eu pude constatar poucos minutos depois.
Era uma esposa que tinha o carro do marido logo à retaguarda e ambos voltavam para o lar para encontrarem o filho, enfim, a família e terminarem o dia de trabalho. Sim! Isso mesmo! Uma mãe de família, uma alma generosa me recolheu ali, no meio da rua, livrando-me de ficar ainda em piores condições do que aquelas em que já me encontrava. Pouco acima do ponto onde eu havia saído há pouco, vi o veículo dela entrar na garagem da residência logo após o veículo do marido entrar assim que ele acionou o sistema eletrônico do portão da garagem.
Desci do carro dessa mulher, devo confessar, um pouco envergonhada por haver molhado o banco do passageiro com a água da chuva que eu trazia impregnada nas vestes. Mas não tive como evitar isso. Aguardei a passagem da chuva ainda muito forte e com o granizo se extinguindo aos poucos, ali mesmo, na garagem, ao lado da entrada da residência desse casal, que foi recebido por uma senhora e, também, por uma criança, pelo que pude perceber, filho do casal.
Mas a bondade desse casal não parou no meu “resgate” do temporal; ela também se expressou na entrega de um copo d’água e, pouco depois, de uma xícara de café quentinho e passado na hora, enquanto insistiam para eu me secar com a oferta generosa de uma toalha. É, pessoal, ainda existe solidariedade neste mundo!! Ou, como disse o marido dessa mulher, com nome de música da MPB, “queria ver se a senhora (eu, no caso) estivesse nesse temporal na cidade de onde viemos! Ia ficar na rua mesmo!”. Fico daqui torcendo para que em muitos outros lugares ainda haja gente tão boa quanto aqui em minha cidade! Por tudo isso que relatei, só posso dizer: graças a Deus!
MoBa NePe Zinid – Mar. 2025
Que bênção! Ainda acredito na humanidade. E você é merecedora de mimos que o plano espiritual manda. Tenho certeza que um anjo enviou essa pessoa!
Querida mana,
sim, foi uma bênção! Eu também ainda acredito!…
Obrigada pelo incentivo para que eu continue tentando ser uma boa pessoa!
Os bons espíritos que nos acompanham, de fato, sempre nos protegem!
Graças a Deus!
Envio-lhe, e à minha sobrinha querida, boas energias para a semana que se iniciará.
Mônica, pode ter a certeza de que você estava recebendo o troco pelo que já havia feito, inúmeras vezes, para os seus semelhantes.
Querida Professora Ana Nápoles,
muito obrigada por suas amáveis palavras!
Oxalá seja isso mesmo!
Gratidão.
Receba minhas boas energias!