Uma Princesa e seus cinco tecidos
“Não se pode barganhar com Deus”. Ouvi esta frase recentemente. E a compreendi em sua essência. Deus não nos permite trocas. Se me atender nesse meu pedido “A”, “B” ou “C”, faço “D”, “E” ou “F”.
Mas eu havia “combinado” com Ele que se meu cachorrinho idoso – 16 anos e 8 meses – saísse da internação e voltasse para casa, pudesse se recuperar, que eu pararia definitivamente de comer carne vermelha. Aliás, eu nem precisava (ou preciso) desse combinado com Deus, já que venho me empenhando nisso há um bom tempo. Entretanto, na hora do desespero, a gente diz, faz ou pensa coisas sem muito nexo.
Enfim, não houve barganha, como a frase inicial já aponta. London (Louco), o último dos meus três cachorrinhos a me inspirarem na escrita de Louco com Pipoca, foi se encontrar com o seu antigo dono na última quinta-feira e, provavelmente, já estão brincando e ele está ouvindo “Como que faz pra ganhar?” e, imediatamente, está se sentando feliz, esperando ganhar uma guloseima.
Mas… Deus não nos desampara. Disso eu tenho convicção e carrego comigo uma fé inabalável. E por que digo isso? Porque na véspera da internação de London, eu conheci Princesa. Já tive (tempos atrás) meio minha, meio da rua, uma Princesa, mas o chow chow de uma vizinha sem consciência, passeando solto na rua de minha casa, estraçalhou Princesa durante os primeiros meses de sua maternidade, deixando sob a minha tutela seus quatro filhotinhos: Xerox, Ewê, Xareltom (este nome quem deu foi uma vizinha!) e Cajá. Porém essa história eu já contei.
A história que eu quero contar agora é da Princesa e seus cinco tecidos. Como eu dizia, na véspera de London ser internado nesta semana, eu conheci a mais nova Princesa. Ela precisava de uma mão que a recebesse e aos seus cinco rebentos. Assim que London partiu, eu a trouxe com eles para ocuparem o espaço que ele havia deixado vazio.
Logo de cara, nomeei Brim. Foi quem me mordeu para entrar no transportador e, novamente, na saída dele, já em minha casa. Um mês de vida e muito forte! Uma lindeza! Um de seus irmãos se parece demais com ele. Porém, tem como um cachecol branco no pescoço, inclusive na nuca, o que os difere. É Tafetá. Outro irmão ou irmã (ainda não consigo identificar o sexo! Rs!) é Xadrez. Sim, como há muitos por aí. Aquela pelagem que parece um axadrezado; ele é mais para o preto e nuanças de cinza. E tem dois ou duas que são de pelagem clara. Um desses irmãos é meio alaranjado por inteiro e muito dócil. Adora carinho. É Seda. O quinto dos irmãos, tem branco misturado ao amarelo: é Cetim. Magrinho e muito ágil. Por causa de Cetim, coloquei no piso, longitudinalmente, uma escada do quarto de ferramentas. Vamos que resolve escalá-la e desperta a família toda para fazer o mesmo?! Para o primeiro degrau bastou um salto!…
Princesa e seus cinco tecidos bem amarradinhos em volta de suas tetas, que estão fartas de leite, já me fizeram sorrir e acredito ser por isso que tenho tanta fé em Deus. Ele sempre acha um jeito de nos devolver a alegria de viver, de nos fazer sorrir, mesmo em meio às adversidades, às perdas, às tristezas. Ele nos mostra as singularidades da vida, a beleza de estarmos em paz e em harmonia com ela.
Vida longa às 60 patinhas correndo pela casa!
MoBa NePe Zinid – 09 abr. 2022.
Mônica, estou encantada com seus novos inquilinos! Os nomes são o arremate! Deus é assim: ajusta daqui, aperta de lá, mas nunca perde o fio da meada! Abraços, querida!
Querida Rafaela,
por mais labiríntica que seja a caminhada, sempre temos a mão de Deus a nos sinalizar por onde seguir!
Obrigada pelo carinho, pela leitura e pelas palavras que expressam a sua sensibilidade!
Abraço virtual repleto de boas energias,
MoBa
Muito bom. A leitura flui deixando a vontade de acompanhar mais histórias dessa turma que acaba de chegar.
Querida Idalena,
fico muito feliz que tenha gostado da minha forma de trazer vidalegre (assim mesmo! Tudo junto!) para os meus leitores (as minhas leitoras).
É agradável saber que há essa boa recepção dos meus escritos-memória-vida.
Abraço virtual enviando-lhe energias positivas e os votos de que a semana flua em paz,
MoBa
É amiga, Deus sempre nos mostra caminhos que nem sabíamos que, estando neles, podemos mudar o rumo das nossas adversidades e tristezas.
Tenho certeza que esses anjinhos estão em boas mãos, amparados por suas asas invisíveis.
Já o London, vai morar sempre em nossos corações, pois lembro dele bem novinho ainda, que você me apresentou quando, há muitos anos, tivemos um dia só nosso e seus filhinhos caninos.
A gente se descobre madura quando conseguimos enxergar nas dificuldades, meios de seguir em frente.
Beijos no coração.
Querida amiga Zila,
certamente ainda haveremos de ter um dia só nosso novamente, mas desta vez, com Princesa e seus cinco tecidos!… Rs.
Lembranças acalentam nossos corações.
Um dia, também iremos morar nos corações amigos.
Afinal, como diz nosso amigo e poeta Evaldo Balbino, em seu mais recente livro,
“Na dor somos todos iguais:
animais.”.
É isso mesmo!
Abraço virtual repleto de boas energias,
MoBa
Ei Mônica, sempre tive esperança de que o London (a quem carinhosamente eu chamava de Estopa) pudesse melhorar e até conseguir voltar a ouvir. Queria saber como ele iria reagir às minhas provocações, ironias, e às generosas gargalhadas de sua dona diante de minhas piadas repetidas.
Mas não teve jeito. Vendo o vídeo que você fez em homenagem a ele, me emocionei. Não poderei mais vê-lo. Mas ele deve estar bem, era um cão gente boa, cachorro do bem ou good dog (afinal ele é internacional e tem dupla cidadania).
Fico feliz que tenha aparecido uma Princesa para aliviar em sua casa a ausência de London. Na verdade, acho que foi ele quem pediu para que enviassem alguém, não para substituí-lo… afinal Estopa ou London é o mesmo e único ser. Como ele é gente boa, queria ver você sorrindo, e fez uma permuta com Deus: eu vou para o Céu e referendo a casa da Mônica como um excelente lar para criaturas mais evoluídas, como os cães e os gatos. Lá já tem 9 felinos, mas cabem muitos mais. Com carinho tudo e todos(as) se ajeitam. Bom, princesas precisam de tronos e os que a reverenciem, por isso levou mais cinco. Sentirei saudades do London. Um abraço.
Querido Rafael,
como um bom leitor que também gosta muito de escrever, conseguiu, igualmente, me emocionar.
O vídeo foi feito por minha amiga Rafa, assim que eu enviei pra ela as fotos do London que
reuni rapidamente no mesmo dia em que ele partiu.
A Princesa e os súditos estão bem e me parecem felizes com o espaço deixado (gentilmente)
por London. Espero que ele também já tenha encontrado o novo lar dele.
E, acredito, agora ele ouve você muito bem, viu? Portanto, manere o que vai dizer a ele nos
próximos dias… Hoje só foram coisas maravilhosas!
Muito obrigada pelo carinho e pela compreensão.
Abraço virtual repleto de boas energias,
MoBa
Registro que vendo o vídeo fiquei triste.
Pela falta que London fará a você,
e lógico por não poder vê-lo novamente,
mas…
“A tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não”.
Que bom, Rafael, que a esperança seja a última a nos abandonar…
A poesia e suas aplicações pertinentes, deixando-nos sempre um
alento!
Abraço virtual com muito energia boa novamente,
MoBa
Que lindo, Mônica! 😢 Até em meio à dor há poesia e beleza ❤️
Querida Andressa,
muito obrigada por sua leitura e pelo comentário!
Concordo com você! É possível mudarmos o foco da tristeza ao realizarmos algo que nos locuplete.
É importante pensarmos no ciclo da vida e seguirmos felizes por nela estarmos.
Abraço virtual repleto de boas energias,
MoBa